quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Saudade Morta
Guardei tua última peça de roupa
Pra sentir teu cheiro
Mas ontem te busquei
E não te achei
Apenas um forte mofo
Rondava a nossa história.
Marcos Vidal
domingo, 27 de novembro de 2011
Ilha
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Cidade Invisível
Imagem: Argia, cidades invisíveis - Aquarela em papel - Lutero Proscholdt
Antes que a lua surja de novo, vamos comendo estrelas. Antes, rosas com limão espicaçam a boca do céu. Canto da mansarda sob um filete de luz. Minhas mãos molhadas escorregam sobre objetos, sobre os cômodos. Deslizo meus pensamentos antes da virada da noite, como se fosse possível estar diante da verdade que se apresenta toda semana. Pequenas borboletas disparam buscando o sol. Elas se perdem sobre pétalas de rosas desbotadas. Besouros ensurdecem antes de chegarem ao solo. O peso da nuvem descarrega água sobre tudo. A cidade está sobrecarregada de fios e cimentos sem cores, desbotada como as rosas.
O musgo vai comendo as paredes e marcando tudo que nasce à margem. Peixes esnobes sobem rio à cima para desovar. Bem perto dali, um pássaro canta o marasmo da cidade. Portas escancaradas abusam da privacidade das sombras, enquanto gnomos invadem jardins em busca de cogumelos. Uma nuvem de libélulas azuis segue pelo vão da cidade, mais à frente, girassóis esbanjam franjas, enquanto esperam por beija-flores.
Se apuramos bem os ouvidos seremos capazes de ouvir a sinfonia da cidade. O olho que vê tudo sabe. Lá não existe tempo, somente sensações de tempo. Laranjas cruzam em busca de sucos mais próximos ao sol.
Duas meninas que pensam existir permanecem estáticas. Uma sorri, enquanto a outra imita os caracóis com os olhos.
A cidade adormece suspensa na expectativa de ser descoberta.
Marcos Vidal
Antes que a lua surja de novo, vamos comendo estrelas. Antes, rosas com limão espicaçam a boca do céu. Canto da mansarda sob um filete de luz. Minhas mãos molhadas escorregam sobre objetos, sobre os cômodos. Deslizo meus pensamentos antes da virada da noite, como se fosse possível estar diante da verdade que se apresenta toda semana. Pequenas borboletas disparam buscando o sol. Elas se perdem sobre pétalas de rosas desbotadas. Besouros ensurdecem antes de chegarem ao solo. O peso da nuvem descarrega água sobre tudo. A cidade está sobrecarregada de fios e cimentos sem cores, desbotada como as rosas.
O musgo vai comendo as paredes e marcando tudo que nasce à margem. Peixes esnobes sobem rio à cima para desovar. Bem perto dali, um pássaro canta o marasmo da cidade. Portas escancaradas abusam da privacidade das sombras, enquanto gnomos invadem jardins em busca de cogumelos. Uma nuvem de libélulas azuis segue pelo vão da cidade, mais à frente, girassóis esbanjam franjas, enquanto esperam por beija-flores.
Se apuramos bem os ouvidos seremos capazes de ouvir a sinfonia da cidade. O olho que vê tudo sabe. Lá não existe tempo, somente sensações de tempo. Laranjas cruzam em busca de sucos mais próximos ao sol.
Duas meninas que pensam existir permanecem estáticas. Uma sorri, enquanto a outra imita os caracóis com os olhos.
A cidade adormece suspensa na expectativa de ser descoberta.
Marcos Vidal
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Clarice
Marcamos na árvore
da fotografia.
Ela repetiu o figurino
de inverno.
Nada disse ao me ver,
mas seu olhar encruzilhava
e enxovalhava minha ânsia.
Ela pousou letras
em meu rosto
quando eu ainda
graduava pensamentos.
Falou do instante
em “água viva”
dos mistérios e labirintos
enquanto aprumava
meu olhar e ensaiava palavras.
“Clarice, tua visão
teus fragmentos do mundo
fizeram-me seguir por dentro
o vazio de mim mesmo.
Invenções... abismos
E eu nunca mais estive sozinho”.
Ela sorriu...
Afastei-me um pouco e a fotografei
com meus olhos
amparados pelos seus
apertados e enigmáticos.
Marcos Vidal
domingo, 6 de novembro de 2011
Sem Rosto
Lembro-me ainda do dia em
que segurei a felicidade pelos
seios e levantei-a.
Os cabelos a caírem
sobre meu peito
a me sorver de perfumes
leves e abundantes.
Ela, sem motivos,
perdia-se em ilusões falsas
a ludibriar manhãs sedosas
com raiva de mim.
Perfeita em quase tudo, mas
sem rosto
sem endereço.
De tão leve
fez nascer milhões de nuvens.
Então me deixei levar pelos acontecimentos,
pela fragrância dela
que me remetia à coisas concretas
à certezas mundanas, de alegrias.
Marcos Vidal
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Abandono
Por que
você não veio
na hora combinada?
A estrada
já sem fim
agora me guarda.
Meu rosto
madrugada
nem pôde dizer adeus
Então separa
o meu sorriso
do teu.
Por que tu
fostes embora
levando os olhos meus?
Agora estou sem lágrimas
em meu coração ateu.
Por que
tanta mentira
tudo era encantador
até o sonho
que sonhava
era cheio de amor
Por que
você não veio
faz frio agora aqui
dispersa nevoeiro
eu tenho que partir
Teu mundo
meu enleio
mentiu sem
desmentir
o que eu faço agora
sem ter pra onde ir?
Marcos Vidal
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Castigo
Na esquina do meu pensamento
O silêncio engrandece
O vazio dói
O vento não leva consigo a solidão.
Aguardo atrás da porta,
de castigo.
A janela larga permite ver
os pássaros na árvore.
Ali permaneço indiferente a tudo.
As encruzilhadas do pensamento
seguindo o percurso de pedras.
Sozinho, desejo ser dois.
A campainha tocou anunciando
o recreio.
Marcos Vidal
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Quando
sábado, 8 de outubro de 2011
Diálogo
De nada serve todo esse desgaste emocional. Você vai pra onde? Não sei. Pra frente, pro novo. Eu falo que você está se doando demais. Já disse pra olhar mais pra você. Mas olhar pra mim como? Se quando me vejo, logo me perco? Fui desaparecendo da vida dos outros, assim como a palavra escrita a lápis depois de um longo tempo. Ainda tenho medo de seguir sozinho. Mas se você não estiver pronto, o mundo não vai saber recebê-lo. E quem disse que quero ser recebido? Eu tardo sempre. Não quero chegar em primeiro. Prefiro o entrecaminho, sem diferenças, a expectativa de seguir. Eu não entendo por que você revoga essas coisas todas. Seja ao menos. Ser? Mas é tudo que tenho tentado esse tempo todo, é ser. Ser melhor, mais humano, menos babaca. Mas quem disse que eu consigo? Ando misturado disso tudo, sem saber ao certo o que farei com os próximos dias que são iguais aos de hoje. Sabe essa dor que dói por dentro? Pois é, ando sofrendo dela. Ela chega quase sempre quando me esquecem. O seu mal é que você enxerga coisas que ninguém enxerga, fica aí alimentando coisas só pra sofrer de verdade. Você diz isso porque não costuma ser esquecido. Eu desmarquei tudo pra ser lembrado, deixei-me livre para qualquer convite que me tirasse desse tédio. E sabe o quê aconteceu? Nada. Ninguém lembrou de mim. Você é muito dramático. A vida não é essa projeção de amizade sincera. Como não? E é de quê? De coisas falsas? Não exatamente como você acha que é. Na vida meu caro, temos que ser frios o bastante para que nada estilhace o nosso interior. Você sempre coloca a culpa nos outros, mas na verdade, ela é sua. Você que projeta essas merdas todas. Está bem! Deixa estar! O que se passa em mim você não saberia mesmo. A sensação que tenho, é de que falo somente para os astros e fantasmas que vivem comigo. Gosto dos mortos porque escutam e não falam. Mas ainda assim existe a porra do isolamento que eu mesmo provoco. Mas os mortos não costumam interferir. E essa loucura toda vai ficando mais forte em mim. A vida, meu caro, é dose única e letal. Não exija demais o que nem você mesmo sabe. Mas eu não exijo nada demais. Quem disse que não? Você se isola e quer ter atenção? Eu quero que me reparem, sem sol, sem nuvens... jardim de cores a despertar manhãs. Mas isso não vai adiantar de nada. Então devo me ir. Fugir para qualquer terra estranha e recomeçar. Mas recomeçar não é fácil. Você tem que esgotar todas as possibilidades, porque sem esvaziamento tudo vai parecer bem mais vazio e disforme. Agora vê se deita um pouco e ao acordar agradeça por ainda estar vivo, quem sabe assim as coisas estejam nos seus lugares?
Marcos Vidal
sábado, 24 de setembro de 2011
Entre Nuvens
Entre nuvens
moldo teu corpo,
um segundo apenas.
Entre montanhas
meu verde te floresce.
A diversidade
do meu olhar prospera
ante manhãs...
Deusa fria
enxergas a minha sina?
O rosa dos teus lábios ainda brilha no meu.
Desatino meu sexo
e em teu mundo encontro-me.
Velas contornam teu corpo
No vento do meu coração sem sangue.
Invento o verde de mim
sem bulimia
sem anemia
sem neblina
Entre nuvens
teu cheiro exala...
enquanto garças navegam em branco.
Marcos Vidal
domingo, 18 de setembro de 2011
Como posso?
Como posso querer
Que todos os dias sejam iguais
Se até mesmo o mar que ontem
Era azul passou à verde
Na manhã de hoje?
Como posso querer
Que tudo seja igual
Se até a fealdade tem lá
A sua beleza?
Como posso querer
Que você esteja presente
Se até eu ando ausente de mim mesmo?
Como posso?
Não conheço certeza
De nada, e antes que eu
Me arrependa da frase feita
Pergunto-me: Como posso?
E sem resposta
Sigo a inventar nuvens
como sei.
Marcos Vidal
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Olhos de nuvem
Ela acordou de nuvens nos olhos
Cabelos violeta e sobrancelhas verdes
Felicidade aberta em forma de morango nos lábios
Convite para o beijo da manhã
Seguiu harmoniosa, citricamente
Alaranjada, de pele lisa
Sabendo que o dia azul seria bem mais
Naquele dia.
As borboletas cantavam pássaros
Iluminadas de ferrugem nas asas
Etílicas ardências na aurora vermelha.
Ela sabia feliz
Que o dia lhe reservara
Como uvas que brotam
Por trás das parreiras meninas
Um sabor de coisa doce.
Hermeticamente, ela tecia
De cores o seu dia sem formas
Adormecida sobre o sonho
Com olhos d’água.
Corre jardim acima em busca
Das margaridas lilases
E de grilos mudos
Que se alimentam de entretom.
Quando anoitece
Cobre-se de brisa fresca
A esperar rosas manhãs
Em dias de beija-flor
Marcos Vidal
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Um sopro.
Vida talvez.
Vida?
Feita de quê?
De pássaros, borboletas
e toda natureza pungente em nós.
Por que matamos para comer?
O meu futuro é agora,
e não importa sobre o que viverei.
Limpeza externa e interna.
Preciso ir com calma.
Um trovão gritou dentro de mim,
e de repente solidão,
não uma solidão qualquer e pequena,
mas um extra de tudo.
Ato e decisão,
nossa opção do que quer que seja.
O verbo comeu extasiado a capacidade
de reproduzir a falta que me finda.
Marcos Vidal
Vida talvez.
Vida?
Feita de quê?
De pássaros, borboletas
e toda natureza pungente em nós.
Por que matamos para comer?
O meu futuro é agora,
e não importa sobre o que viverei.
Limpeza externa e interna.
Preciso ir com calma.
Um trovão gritou dentro de mim,
e de repente solidão,
não uma solidão qualquer e pequena,
mas um extra de tudo.
Ato e decisão,
nossa opção do que quer que seja.
O verbo comeu extasiado a capacidade
de reproduzir a falta que me finda.
Marcos Vidal
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Vai...
Vai...
Faz de conta que me ouve
E cola teu ouvido em meu coração.
Não deixa a lua solta nessa tua amplidão.
Guarda um segundo pra minha voz
Pois o vento, mesmo veloz, há de ouvir
O que tenho pra dizer.
Vai...
Escuta com os olhos as silabas
Dos meus cílios
Escuta o meu sorriso quando
Separo meus lábios do teu...
Guarda a minha ânsia no teu silêncio.
Vai...
Mas vai logo... pois as estrelas não tardam em dormir
Quem sabe uma nesga de luz estrelar
Te faça brilhar manhãs.
Vai...
De mansinho pela madrugada
Escuta o lamento no blues que gravei pra ti.
Sem cor, azul desbotado
Esgarçado de velho filme.
Vai...
E rouba das borboletas
O vento mais brando que puderes reter.
Na alvorada cinzenta
Retire-me o ar...
E quando notares que o silêncio jaz
Guarda-me sem pressa
Em tuas noites preguiçosas.
Marcos Vidal
sábado, 28 de maio de 2011
Palavras sem endereço
Falo e ninguém me ouve. Uma teia em meus olhos, tudo preto e branco. Deserto de sombras, cotidiano de maresia consciente onde cartas se perdem. Alguém por um segundo
pensou e enterrou o não dito, atravessadamente. Sensação do real, outra coisa inegavelmente viciante.
Sonho quando o mar canta e acordo sem rumo, estrada de barro enlameada, beleza seca.
Tenho mergulhado em mim abissalmente, entre coisas salgadas que nada dizem.
Escrevo palavras que nem chegam à boca e espalho sobre o branco o meu inteiro.
Sozinho enfrento a tua voz acre-doce a adivinhar minhas palavras. Aprendi me mostrando,
corpo de cores sozinho, futuro de ave a espreitar manhãs.
As nuvens ainda me extasiam, sensação do sempre amarrando coisas sobre um nada de mim. O som das palavras recria o inverso. Silêncio que se espalha. Às vezes andorinhas
sonham adormecidas, decifram o desconhecido e me inibem risos.
Quero roubar os teus olhos, tua discrição e encerrar com palavras pintando objetos e suas sombras.
Marcos Vidal
pensou e enterrou o não dito, atravessadamente. Sensação do real, outra coisa inegavelmente viciante.
Sonho quando o mar canta e acordo sem rumo, estrada de barro enlameada, beleza seca.
Tenho mergulhado em mim abissalmente, entre coisas salgadas que nada dizem.
Escrevo palavras que nem chegam à boca e espalho sobre o branco o meu inteiro.
Sozinho enfrento a tua voz acre-doce a adivinhar minhas palavras. Aprendi me mostrando,
corpo de cores sozinho, futuro de ave a espreitar manhãs.
As nuvens ainda me extasiam, sensação do sempre amarrando coisas sobre um nada de mim. O som das palavras recria o inverso. Silêncio que se espalha. Às vezes andorinhas
sonham adormecidas, decifram o desconhecido e me inibem risos.
Quero roubar os teus olhos, tua discrição e encerrar com palavras pintando objetos e suas sombras.
Marcos Vidal
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Do lugar onde me encontro
Teus seios montanhosos
Levam-me a deslizar-te.
Teu rosto altivo desemboca
Nos lábios que parecem
Dizer: quer colo?
Eu sigo minha viagem
A passear contigo pelo quarto
E a fazer-te minha amante.
Tuas unhas rasgam-me a pele
E ensanguentado lambuzo-te toda
De vida terra fosca.
Depois o cigarro...
A porta bate e só o teu
Perfume ainda ecoa na cama.
Marcos Vidal
terça-feira, 19 de abril de 2011
A garotinha
O contrário estava estendido
Nas palavras da garotinha inocente
De enxergar através do espelho
O ser da gente, no reflexo da alma.
Ela estava ali a afirmar
O desmantelo do guardado
Do eterno mistério do ser
Como as matizes são também.
Agora o sabor da minha altivez
Tinha um gosto amargo
De saber que a garotinha
Era também vidente.
A surpresa forçou-me os olhos e
Desvanecido morri por dentro
Como um manequim que depende
De luz pra ser.
Marcos Vidal
quarta-feira, 23 de março de 2011
Conscidencia
O vaso rutilou
a nossa separação
desfez-se no chão
sem cor, entre a madrugada
e a manhã, hirta do peso
de tuas sobrancelhas cerradas.
Reparo tua boca que nada diz
quando tudo margeado
de nós dois, à beira mar
uma estrela se apagou na lagoa morta
O vaso agora mosaico
sem beira, sem forma
retrato aberto na esquina do
fogo, a noite toda
sem nada queimar
Eu vi quando deixaste, entre aberta,
a tua vida no canto futuro
arranhando língua
atordoando sensatez
acutilando meu entre
esperando de mim o que não sou
O nosso vaso
por acaso, retrato do fim
agora descansa hirto
no chão branco da sala.
Marcos Vidal
sábado, 26 de fevereiro de 2011
A verdade
Deixo a verdade exposta
Nua, de peitos à vista
Com o sexo exposto de
Sangue coalhado
Reluzente em sua extensão
Marginal em sua essência
Famigerada e triste
À espera da noite alta
Debruçada e encardida
Do verão altissonante
Arrebol esquálido de endemia leve.
Despe-se da inversão ali
Na antecâmara sem cor
Aguardando a crueza tua
De molhar a boca famigerada
E luzir de brios
A farsa do real engalhada
Por cigarras secas de tanto gritar.
Ela geme frenética
No romper da madrugada...
Temerosa, segue sozinha
Certa de todas as coisas.
Marcos Vidal
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Asas da Ilusão
Prenhe de ideias Ele abortou o instante.
Inundado de confiança
Crente de alegria, apaixonou-se:
cegueira de esperma em óvulos crescentes.
Distraído, pôs-se a cantar ao vento,
sem saber ao certo se o contentamento
seria fugaz.
O vento traiçoeiro e livre
espreita a flor
bem ali
à beira do lago cor de musgo.
No cais
o frio congela uma ilusão à toa.
Em sentido contrário
o corpo inebria encantamentos
e entontece razão.
Morcegos esvoaçam sonhos
deitam figos cor de sangue e
arranham a paisagem sem lua.
Logo atrás do pensamento
uma mosca se perdeu.
O louco pobre
de salões
dança pelado,
ardido do tempo
cansado de rua
bem ali por trás da serra
onde cavalos alados entoam
ventos com asas.
Nuvens fertilizam seres
onde o céu se deita
um lampião alumia a escuridão
sinais dos tempos dos homens.
Na Terra, quem tem fome
embarca sentido em tudo que vê.
Marcos Vidal
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