terça-feira, 15 de novembro de 2011

Clarice




Marcamos na árvore
da fotografia.
Ela repetiu o figurino
de inverno.
Nada disse ao me ver,
mas seu olhar encruzilhava
e enxovalhava minha ânsia.

Ela pousou letras
em meu rosto
quando eu ainda
graduava pensamentos.

Falou do instante
em “água viva”
dos mistérios e labirintos
enquanto aprumava
meu olhar e ensaiava palavras.

“Clarice, tua visão
teus fragmentos do mundo
fizeram-me seguir por dentro
o vazio de mim mesmo.
Invenções... abismos
E eu nunca mais estive sozinho”.

Ela sorriu...
Afastei-me um pouco e a fotografei
com meus olhos
amparados pelos seus
apertados e enigmáticos.

Marcos Vidal

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