sábado, 24 de setembro de 2011

Entre Nuvens




Entre nuvens
moldo teu corpo,
um segundo apenas.

Entre montanhas
meu verde te floresce.

A diversidade
do meu olhar prospera
ante manhãs...

Deusa fria
enxergas a minha sina?

O rosa dos teus lábios ainda brilha no meu.

Desatino meu sexo
e em teu mundo encontro-me.

Velas contornam teu corpo
No vento do meu coração sem sangue.

Invento o verde de mim
sem bulimia
sem anemia
sem neblina

Entre nuvens
teu cheiro exala...
enquanto garças navegam em branco.



Marcos Vidal

domingo, 18 de setembro de 2011

Como posso?




Como posso querer
Que todos os dias sejam iguais
Se até mesmo o mar que ontem
Era azul passou à verde
Na manhã de hoje?

Como posso querer
Que tudo seja igual
Se até a fealdade tem lá
A sua beleza?

Como posso querer
Que você esteja presente
Se até eu ando ausente de mim mesmo?

Como posso?

Não conheço certeza
De nada, e antes que eu
Me arrependa da frase feita
Pergunto-me: Como posso?

E sem resposta
Sigo a inventar nuvens
como sei.

Marcos Vidal