sábado, 26 de fevereiro de 2011

A verdade





Deixo a verdade exposta
Nua, de peitos à vista
Com o sexo exposto de
Sangue coalhado
Reluzente em sua extensão
Marginal em sua essência
Famigerada e triste
À espera da noite alta
Debruçada e encardida
Do verão altissonante
Arrebol esquálido de endemia leve.

Despe-se da inversão ali
Na antecâmara sem cor
Aguardando a crueza tua
De molhar a boca famigerada
E luzir de brios
A farsa do real engalhada
Por cigarras secas de tanto gritar.

Ela geme frenética
No romper da madrugada...
Temerosa, segue sozinha
Certa de todas as coisas.


Marcos Vidal

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