quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tragédia Anunciada




Tua absurda arrogância, manchou de rubro
O branco da paz, no intervalo de nós dois.
Tuas palavras mortas feriram-me, soterrando-nos
De ingratidão. Aguardei a manchete no jornal
Do teu assassinato.
Dei-lhe duas facadas com lírios
Um abraço fraterno
E chamei-te de amor.
Ao golpe final, proferi: “Eu te amo!”.
Sem saber distinguir tudo o que havia vivido
Tombastes ante meus pés, em silêncio,
E morrestes de mim.

Sem nada dizer, afiei minha defesa,
E guardei nossas alegrias, já acinzentadas,
no “pó das estradas”.
Disse ao juiz que tua terra já não fazia
Brotar, e que o teu silêncio foi
O que provocou toda a nossa
Tragédia.

Não convenci, e durante dez anos fui
Obrigado a plantar flores
E regá-las de amor
Para entender, que só podemos doar
E nunca exigir nada em troca.


Marcos Vidal

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