quinta-feira, 15 de abril de 2010

Silêncio

Teu silêncio

corre com o vento

lá fora.

Eu pequenino

diante da aurora

pensei escrever

a nossa história.

Mas tua calma

sem voz

perto do rio

palra-me trítonos.

Teu silêncio

retumbante

que na índia

faz coro aos elefantes

desnorteia-me.

Tua voz sem teia

já não gorjeia

a lembrança em mim.

Dizem que o silêncio

tem poesia

Eu breve de minha agonia

não perco mais solidão

Teu silêncio

ainda corre com o vento

lá fora

e o tempo que não é

o meu agora

grita pleno:

vai-te embora

que o meu olho

cansado já chora.

Marcos Vidal




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