segunda-feira, 1 de junho de 2015

Felcidade ou a vontade de fingir colorido




Sabe essa dependência pela felicidade, irritante utopia que nunca sai de moda? Pois é, continuo correndo sem parar, de coração na mão a gritar em busca dessa tal felicidade. Sei que é isso que nos move, mas, estou cansado de querer enxergar felicidade onde não existe. Nos quadros de galerias, no som das ondas do mar, no passarinho da cidade que, mesmo perdido de seu habitat natural, consegue cantar seu canto de felicidade. Em tudo eu a procuro.
E quando uma doença da alma, um tremor do corpo, uma falsa ilusão, uma casa sem cômodos, sem objetos, estanca essa procura, me pergunto: Então é isso, a felicidade é sem adorno? Vazia? O que ela preenche na verdade? E todo mundo dizendo que é coisa de instante. Você é pessimista, logo dizem. Não... eu sou realista. Essa onda de dizer coisas só pra agradar, pra dizer que está feliz é balela.
A felicidade é sem escrúpulo, cega, irritante quando se atrasa, pôr sol a sumir no horizonte, fugaz. Então porque corremos tanto, se já sabemos que é só um piscar de olhos? Porque a felicidade não tem forma, ela é a luz do sonho possível, a mentira eterna que passamos a chamar de verdade, a razão de estarmos vivos.


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