quinta-feira, 28 de maio de 2015

Linguagem dos olhos







Entrou sem nada dizer,
escondia palavras nos olhos.
Só pelo reflexo do espelho
entedia-se a sua língua.
Trazia metáforas
entre poeiras anuviadas de
sonhos.

Tive medo de encará-los.
mirei-lhe o terceiro olho,
chácara de pedra
ponto de flores com espinhos
no jardim.

Atrás de sua sombra
arrastei  beija-flor no dedo
e estranhei a falta de vento
a mirar-lhe a alma.

Ao dar as costas
quebrei-lhe o encanto...
dos cacos, todos no chão, 
mil palavras de amor
ressoaram, e antes de sumir
devolvi-lhe o meu zumbido.

Marcos Vidal



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