Talvez sejam palavras de brisa num verão escaldante de intenções vazias, suadas. Loucura de vento.
Como querer enfrentar um inimigo às seis da tarde numa cidade fantasma? Loucura com preço e sensatez. Como se fosse possível projetar o real sem fantasia. Mas o que realmente vejo? Queria ser pela metade. O meu vazio é não ser. No entanto, sou!
Sou uma invenção de mim a extrapolar o real. Coisa cheia de falsa moral, surdo de regras. Faço e refaço o meu interior o tempo todo. Mas o correto é dizer que não. No entanto, sou sem cor, transparente. E me vejo assim, a seguir pela vida inteira sem me trair, como se tudo fosse um grande teatro nesse mundo vertiginoso. Sou eu mesmo o meu mestre. Eu invento e sigo pelas vielas como quem não quer saber de nada, alimentando-me de coisas pequenas, estirado numa cama que não vai guardar a minha história.
Eu estou sendo. E estar sendo é tumultuado. Porque quando se está sendo não se tem certeza de nada. A não ser do presente, que será o meu passado e nunca o meu futuro. Mas sou de mim mesmo o meu próprio carrasco. Sou como os objetos, estou por aí, e às vezes não me percebo. Nunca essa coisa de ficar estático, e continuo preso nas masmorras da estima rasteira. Areia fina de praia. Sol disfarçado de luz amarela, esquálido.
Marcos Vidal
Ser absolutamente é ter olhos que moram no tormento das coisas.
ResponderExcluirabraços
Poema escape
ResponderExcluirPalavra bálsamo
Intenção de vida
Ser enquanto escreve.
:)