quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um beijo-flor




Acordei desejando um beijo teu.
Mas como fazer se flor não sou?
Então reguei-me.
Pus-me a esperar pétalas nascerem
na ânsia de adornar meu rosto
em tom primaveril.
Desfiz dois cubos de açúcar como isca
e pus-me ao sol.
Tu chegavas mansa
entre asas, em segundos.

Apurei meu néctar e esperei
teu bico a inundar-me a boca de
sede e desejo.
Tu vinhas de olhos abertos
de vento leve
como em câmera lenta
entre mistérios e milagres...
E ao tocar-me
florei de ti
entre perfumes
e sombras.
Eu, rosa manhã de ti
e tu, beija-flor
do meu céu azul.

Marcos Vidal  

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