O branco da folha
engoliu o não dito
debaixo da nuvem secreta
onde o sabor
do nada tinha cor.
Um lápis sem ponta
escreveu teu nome
de trás pra frente
no espelho das horas.
Depois desenhei no vento
a matriz bruta da tua cegueira
na esquina da folha em branco.
Quase morto, segurei-te
a pele desnuda entre rascunhos
sem cor, a rever-te sob
a pequena chama da vela.
Marcos Vidal
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